A pouca valorização e o descarte incorreto dos produtos plásticos estão entre os principais entraves para o avanço da reciclagem do material no país. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), o índice de reciclagem está em torno de 26% do total de embalagens produzidas no Brasil. Esse percentual poderia ser maior se medidas de incentivo ao uso de reciclado fossem adotadas pelo Governo, como a desoneração tributária, entre outras.

“Em alguns casos, produtos elaborados com insumos reciclados chegam a ter custo de produção maior que aqueles feitos com matéria-prima virgem, o que inviabiliza economicamente a reciclagem como negócio, que não pode ter a mesma classificação fiscal e mesma incidência de impostos do insumo virgem. A promoção da cadeia da reciclagem passa pela adoção de mecanismos de tributação que eliminem a cumulatividade hoje existente e promovam a viabilidade econômica da atividade”, ressalta o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho.

Pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), aponta que em 2016 foram recicladas 550,4 mil toneladas de plástico, aumento de 10% na comparação com o ano anterior.  O Brasil conta com 1.072 empresas recicladoras, que empregam quase 10 mil pessoas. A maioria delas está concentrada nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais (70%).

Para se ter uma ideia da presença dos polímeros em geral no dia a dia dos consumidores, eles estão presentes na maioria das embalagens de alimentos, cosméticos, bebidas e material de limpeza. Também estão na indústria automotiva e construção civil, bem como na composição de eletrônicos, brinquedos, equipamentos médicos, medicamentos, entre outros.

A pesquisa foi realizada pela FIA para o PICPlast, uma iniciativa criada em 2013 pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e pela Braskem com o objetivo de desenvolver programas estruturais que contribuam com a competitividade e o crescimento da transformação plástica.