MOVIMENTO PLÁSTICO TRANSFORMA APOIA PROJETO RECICLA CIDADE NA BAIXADA SANTISTA

    19/02/2024

    Praia Grande é a primeira beneficiada pela nova parceria. Com visão de longo prazo, a metodologia da ONG Espaço Urbano estabelece compromissos com entidades públicas e privadas para promover a educação ambiental e contribuir com a formação de cidades mais resilientes às mudanças climáticas.

    Em 24 de janeiro foi lançada a iniciativa Recicla Praia Grande, patrocinada pelo Movimento Plástico Transforma (MPT) e a Rede pela Circularidade do Plástico. A parceria foi marcada pela realização de um workshop na cidade, que reuniu representantes dos poderes legislativo e executivo, da indústria do plástico, além de entidades civis como a OAB, CREA, Associação Comercial da Praia Grande, entre outros. Na ocasião, a prefeitura municipal assinou acordo de cooperação com a ONG Espaço Urbano, comprometendo-se com a implementação do projeto.

    O que mais chamou a atenção do MPT para promover o Recicla Cidade foi a metodologia adotada, que tem duração mínima de um ano e mobiliza os municípios como um todo em favor da coleta seletiva, triagem e reciclagem dos resíduos plásticos. As ações perduram nas localidades, mesmo depois do encerramento do projeto, por se transformarem em lei.

    Simone Carvalho, membro do grupo técnico do MPT, foi uma das palestrantes do evento e abordou a relevância do programa para o setor. “O Recicla Praia Grande está mobilizando toda a cadeia do plástico. Ele conta com o patrocínio de recicladoras, transformadoras e de indústrias de bens de consumo. Isso porque o êxito da economia circular depende da educação ambiental da população para a separação e o descarte corretos dos resíduos, a fim de que cheguem nas condições necessárias para a triagem e depois aos recicladores. Se esse processo for seguido, teremos produtos reciclados com mais qualidade, retornando à sociedade para novos usos, fechando o ciclo”.

    COMO FUNCIONA O PROGRAMA
    Os moradores participam do projeto de forma lúdica, por meio da gamificação, usando resíduos plásticos como moeda social para adquirir produtos. Comércios, associações beneficentes e ambientais podem criar lojas de trocas, fortalecendo toda a cadeia de reciclagem do plástico. Já o poder público é envolvido integralmente, pois não se trata de um projeto restrito à secretaria de meio ambiente. Todas as pastas adotam práticas internas e externas, além de participarem ativamente da elaboração do projeto de lei da “ecomoeda”.

    “A iniciativa corresponde ao que buscávamos para fortalecer a reciclagem nas praias, assim como o descarte correto em casa ou em qualquer atividade econômica”, diz Raquel Chini, prefeita de Praia Grande. “Eu tenho convicção de que o evento atingiu o público certo para que possamos implementar o Recicla Praia Grande e exercer a educação ambiental, cada um no seu setor. É um trabalho que vai exigir persistência e constância, mas dará ótimos resultados para uma cidade turística como a nossa”, explica.

    Há atualmente 23 ecopontos espalhados pela Praia Grande que, pelo acordo, servirão como destino inicial, antes de os resíduos serem encaminhados às cooperativas de catadores. A prefeitura se compromete a ampliar o sistema de coleta seletiva, organizando a logística de retirada, para impedir que surjam pontos de descarte sem a destinação correta.

    A coordenadora de projetos da ONG Espaço Urbano, Roseli Barbosa, explica que para garantir a realização do Recicla Cidade há um tripé de mobilização social. “Diante das mudanças climáticas impactando tão fortemente o litoral, precisamos de um amplo engajamento. Por isso, fazemos a ponte entre as empresas privadas, organizações ambientais como a nossa e o poder público. Essa união é fundamental para implementar ações que reduzam os efeitos das alterações climáticas, especialmente nas comunidades mais vulneráveis”.

    Roseli cita o exemplo do Recicla Guarujá, programa que acaba de completar um ano de atuação. “Enquanto estávamos realizando o workshop para lançar o Recicla Praia Grande, chovia torrencialmente na faixa litorânea de São Paulo. Mas, diferente do que aconteceu no ano passado, quando houve as catástrofes no litoral, a principal comunidade onde executamos a metodologia não foi afetada por alagamentos. Quando se pensa em reciclagem, imaginamos os grandes resíduos. Porém, são os pequenos que entopem as bocas de lobo, impedindo o escoamento das águas pluviais. Nessas situações é que comprovamos a importância da educação ambiental: nós ensinamos as pessoas a fazer em o descarte correto e as remuneramos por isso, mostrando o valor do plástico para a sociedade, ainda mais quando utilizado de maneira adequada”.

    PRÓXIMOS PASSOS

    A partir de agora, o Espaço Urbano – em parceria com o Movimento Plástico Transforma e as autoridades locais – mapeará a cidade e elaborará um plano abrangente que inclui:

    1. Treinamento dos cooperados para sensibilizar a comunidade, adotando práticas ambientalmente adequadas;
    2. Desenvolvimento de campanhas educativas para destacar a importância da participação da população na coleta seletiva;
    3. Estabelecimento e regularização da moeda social na cidade, a ecomoeda, por meio de lei;
    4. Realização de campanhas educativas em diversos locais e para diferentes públicos, visando à ampla conscientização sobre a separação dos resíduos domésticos e os serviços de coleta seletiva;
    5. Organização de palestras e encontros com as comunidades atendidas pelos serviços de coleta seletiva, por meio de entrega voluntária para as cooperativas.

     

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