CADEIA PRODUTIVA CELEBRA SUCESSO DO RECIRCULA BRASIL NA FEIRA INTERNACIONAL DO PLÁSTICO

    28/03/2025

    Plataforma de rastreabilidade do plástico fomenta a economia circular do setor

    A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) anunciam a renovação da parceria para expandir o Recircula Brasil. A plataforma, criada pelas entidades, é pioneira na rastreabilidade dos resíduos desde a sua origem até sua reintegração como matéria-prima no ciclo produtivo, comprovando a inserção de conteúdo reciclado em novos produtos. A Central de Custódia é a verificadora independente dos dados inseridos, e também a responsável pelo desenvolvimento e operação do sistema.

    Até o momento, a plataforma rastreou e verificou cerca de 40 mil toneladas de material plástico, além de 304 fornecedores de resíduos ou resina plástica PCR, distribuídos em 11 estados brasileiros, com destaque para Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS), Paraná (PR) e São Paulo (SP). Do total de material coletado, 62,5% é fornecido por comércio atacadista, 14,8% pela indústria de transformação e 4,3% diretamente por cooperativas.

    Além disso, cerca de 1,5 mil clientes das usuárias da plataforma já foram mapeadas, abrangendo 20 estados do país. Em relação ao destino dos produtos com conteúdo reciclado, o setor alimentício lidera, representando 42,3% da massa de saída, seguido pelo setor industrial (41,1%) e pelo setor moveleiro (8,8%).

    Recircula Brasil na Plástico Brasil

    No dia 26/03, a ABIPLAST apresentou o Recircula Brasil aos visitantes da Feira Plástico Brasil, no Palco ECR (Economia Circular e Reciclagem). Com o tema “Rastreabilidade e verificação de produtos plásticos como instrumento de inovação para a economia circular”, a apresentação abordou os desafios relacionados à comprovação do conteúdo reciclado, destacando o Recircula como uma solução inovadora para garantir a rastreabilidade dos materiais plásticos. O evento foi um sucesso, ressaltando a importância de ferramentas que promovem a transparência e a sustentabilidade na cadeia produtiva.

    Geórgia Albertoni, Analista Sênior de Economia Circular da ABIPLAST

    Durante a apresentação, também foi compartilhado o case da AVPLAS Embalagens, empresa associada da ABIPLAST e usuária do Recircula Brasil, que realiza a rastreabilidade das sacolas produzidas com plástico reciclado retirado das praias e do oceano de Santa Catarina. Além disso, a ABIPLAST distribuiu aos participantes sacolas feitas com resina 100% PCR (pós-consumo reciclado), produzidas pela AVPLAS, especialmente para a Associação, e rastreadas pelo Recircula Brasil.

    A Cimflex, empresa usuária ativa do Recircula Brasil desde a sua concepção, aderiu à plataforma por reconhecer sua relevância para a economia circular. “Nesta segunda fase, os selos de rastreabilidade e conteúdo reciclado estão alinhados ao futuro decreto de logística reversa e à obrigatoriedade do uso de material reciclado. Isso agrega valor aos nossos produtos e pode viabilizar, no futuro, a comercialização de certificados de conteúdo reciclado para empresas que precisam comprovar essa utilização. Até agora, lançamos cerca de 5 mil toneladas de resíduos na plataforma, todos rastreados e documentados desde a origem até o destino final. Nosso objetivo é continuar ampliando esse volume e aproveitando os benefícios que o sistema oferece ao mercado de conteúdo reciclado”, destaca Ricardo Hajaj, diretor executivo da Cimflex Ind. e Com. de Plásticos.

    A Alcaplas também participa ativamente do Recircula desde a fase de testes, reforçando seu compromisso com a economia circular e a transparência na cadeia produtiva. “Já temos clientes utilizando a plataforma para comprovar o controle de origem e rastreabilidade dos resíduos, registrando dados como dia, hora, procedência, cidade e local de origem. Também monitoramos a chegada do material à indústria, o momento do processamento e todo o gerenciamento dentro da fábrica, que ocorre em três etapas, garantindo a rastreabilidade total do processo. Isso permite que as empresas que adquirem esse material utilizem a certificação para atestar a sustentabilidade de seus produtos finais”, comenta Alceu Lorenzon, diretor administrativo da Alcaplas.

    Moisés Weber, diretor administrativo da Plastiweber, reforça a importância da ferramenta para as empresas. “A rastreabilidade garante que o material provém de fontes pós-consumo, especialmente de cooperativas, assegurando o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da legislação de logística reversa. No Brasil, ainda existem práticas como o greenwashing, que comprometem a transparência do mercado e a rastreabilidade, aliada a uma certificação robusta, oferece mais segurança aos clientes e qualifica o setor. Acreditamos que a adesão das empresas a esse processo é fundamental para um mercado mais justo, regulado e confiável”, comenta o executivo.

    Certificação e reconhecimento na ONU

    O Recircula Brasil é a primeira plataforma brasileira a certificar efetivamente a circularidade dos materiais, respondendo às crescentes demandas por produtos sustentáveis tanto no mercado interno quanto no internacional. A certificação de procedência e uso de materiais reciclados é essencial para acessar mercados de exportação, e proporciona rastreabilidade e mapeamento da cadeia produtiva, contribuindo para direcionar investimentos e políticas públicas.

    Em 2023, recebeu ainda o reconhecimento de modelo de excelência no combate à poluição plástica pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento foi apresentado pelo Secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Adalberto Maluf, na reunião do Tratado Global contra a Poluição Plástica, realizada em Ottawa, no Canadá.

    Além de acompanhar a inclusão de conteúdo reciclado em novos produtos, a plataforma surgiu com o objetivo de elevar o índice de reciclagem mecânica dos plásticos pós-consumo que, em 2023, ficou em 20,6% no Brasil, segundo o estudo da MaxiQuim, encomendado pelo Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PicPlast). Esse índice é calculado dividindo a quantidade de plástico pós-consumo reciclado pelo volume de plástico pós-consumo gerado.

    O mesmo estudo mostra que o índice de recuperação, que considera toda a quantidade de resíduo retirado do ambiente, sem excluir as perdas no processo, uma vez que para essas perdas é dada a disposição final ambientalmente adequada pela indústria da reciclagem, foi de 24,5%. Outros números relevantes para a indústria dizem respeito às embalagens: o índice de reciclagem mecânica das embalagens alcançou 24,3%, enquanto o de recuperação de embalagens fechou em 28,6%.

    Para Paulo Teixeira, a plataforma garante a rastreabilidade completa dos resíduos e produtos com conteúdo reciclado e, com isso, a ABIPLAST dá mais um passo para fortalecer e impulsionar a economia circular, trazendo inovação para o mercado, aumentando a competitividade da indústria de transformados e beneficiando o meio ambiente. “A ideia foi trazer para o setor e para os gestores de políticas públicas informações transparentes baseadas em critérios de compras empresariais. Para as companhias que utilizam a plataforma hoje, o uso do Recircula Brasil é um diferencial competitivo, oferecendo aos seus clientes a rastreabilidade de todo resíduo. Com a evolução da plataforma, podemos afirmar que entregamos não só uma ferramenta para a rastreabilidade dos plásticos, mas uma solução de vanguarda para diversas cadeias no Brasil”, afirma.

    Para saber mais sobre o Recircula Brasil e seus produtos, entre em contato por meio do endereço de e-mail [email protected].

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